Meu ‘eu te amo’ não desgrudou de você.

Quando eu te conheci eu sabia que não iria te esquecer tão fácil, não porque você era o cara mais bonito do mundo – até porque não era – nem porque fez alguma coisa e muito menos porque era simpático – nunca foi – eu sabia simplesmente porque eu sentia isso, é aquela merda que cada um descreve de uma forma: atração, encanto, quimica, o que na verdade não significa nada além de uma desculpa pra justificar uma paixonite logo de cara, muitas vezes até sem conversar com a pessoa.
Mas eu não vou me perder no raciocínio, ao menos não nessas linhas, voltando. Depois daquele dia até as idiotices que você fazia me arrancavam risos de garota apaixonada e você podia ter as atitudes mais bizarras e cagadas que no final do dia eu ainda te amava. Não, eu não era cega, eu via tudo isso só que mesmo assim a parte de mim que te amava gritava mais alto.
Tentei a todo custo pensar somente em seus erros e defeitos, mas acabou que até neles eu encontrava lado positivo. Eu queria amar entende? Eu queria uma história de amor como aquela que minhas amigas contavam, porque embora eu viva dizendo que não ligo pro amor, eu quero essa merda na minha vida mais do que tudo, eu quero receber mensagens melosas no meu celular logo cedo nem que isso me tire do sério, eu quero que alguém me compre uma aliança medíocre pra eu exibir pra todo mundo – mesmo achando isso uó – eu quero que a conta de telefone venha alta e a culpa seja de alguém, me imagino dando apelidos idiotas com a desculpa de que estou apaixonada, quero ter meu momento mulherzinha que encontra um amor pra vida toda de uma forma inesperada.
Talvez eu nem queira tanto o amor, mas sim a história. Talvez eu nem saiba do que estou falando agora. Qual a motivação disso? Não sei. Eu sei que como sou toda torta desse jeito pirei quando encontrei você. Afinal você apareceu do nada e surgiu um sentimento que eu julguei ser amor, mesmo sem saber se a gente é digno disso. Que azar o seu! Foi o meu escolhido, pode sair da minha vida o quanto for, eu posso até deixar de te amar, mas eu ainda espero que você volte pra eu ter uma história. Se ferrou.
Não quero parecer uma neurótica com a vida amorosa nada resolvida – até porque como resolver coisas que não existem? – mas é isso que eu sou. Com você eu aprendi a dizer ‘eu te amo’ e desde então tem sido assim. Você me da às costas? Eu te amo. Você me deixa no chão e ainda pisa? Eu te amo. Você some da minha vida? Eu te amo. Você tem um novo relacionamento? Eu te amo. Você volta e me faz de boba de novo? Eu te amo.
Me perdoe mas é que essa história de amor só parece ter sentido com você, mesmo quando ela nem existe e essas três palavras me fazem voltar ao primeiro dia em que te vi e senti essa merda mesmo sem te conhecer.
O seu maior azar não foi eu ter te conhecido, mas foi o ‘eu te amo’ cruzar nossos caminhos, essas malditas palavras tinham que estragar tudo. Você foi só o azarado e eu eterna amaldiçoada.

por Bruna Bianconi -blog pegueolapiseescreva.